O Sofá de Veludo Alemão Azul

Ele...quilômetros...ela...O relógio marca 00h15min...mas uma vez sua imaginação o trai.Ela ali.Vagando, em sua vaga e vazia insônia...Em um inquieto e brusco sobressalto, imediatamente se levanta da cama.Anda pela casa como um cão sem dono e sem rumo...vai ate a sala, olha seu aconcheganteSofá de veludo alemão azul e nele senta...fecha os olhos...ela volta.Pensamentos fluem...Ele começa a despi-la com ternura e pressa...ela o despe com vontade e calma.Desliza sobre ele o seu corpo nu indefeso, o beija...o suga...Ele insaciavelmente geme e treme como se tivesse medo...como se tivesse no céu...Ele sabia que ela era dele e ela...sabia aquele momento era dela.Fortemente ele a pega e a joga na cama, acariciando seu corpo com as mãos, explorando cada parte, amando cada célula, tocando em lugares que lhe dava prazer,por ela mesma desconhecidos..A observava com olhar singelo e de profunda adoração e admiração.Ela, ali, nua e desprovida de qualquer tipo de preocupação.Inteira, para ele.Seus seios enrijecidos, excitados, úmida, molhada, se contorciam em favor de seu prazer, em conseqüência do toque de suas mãos...Sua pele levemente bronzeada e macia agora arrepiada e corada...ah loucamente arrepiada...um corpo pronto pra ser invadido,uma alma pronta pra ser amada.Vagarosamente, ele separa suas pernas e vorazmente a penetra com sua notória e viril masculinidade...gemem de prazer.Seus corpos parecem que dançam descompassadamente sob o som de inefáveis gemidos...Ele ouve um barulho...Abre os olhos ela foi embora, desconcertado parece ir ao inferno, sente uma leve e amarga angustia...novamente fecha os olhos...ela volta, com seus olhos morteiros de prazer e com um riso nos lábios de satisfação...novamente ele a penetra, forte, rápido...era como ele quisesse invadir sua alma, descobrir seus profundos desejos,acariciar seu ventre...sente cada músculo que o aperta com amor e desejo,e já com a respiração mais ofegante triunfalmente, como um vulcão... goza...goza todas suas vontades, desejos...põe pra fora toda aquela incerteza, inconstância que a distancia teima em trazer, mas realmente o que importava para ele e que ela estava ali...ele podia pega-la,podia senti-la, em seus mais nobres ou mesquinhos sentidos.;Meu Deus!!!realmente estava no céu...Ele ali no sofá de veludo alemão azul...acende um cigarro...e lentamente sua respiração vai voltando ao normal...Abre os olhos e não a mais vê, fica apenas seu cheiro e seu gemido no seu feliz imaginário...olha o relógio que acusa 01h45min, com um riso esculpido em sua face...retorna em seu quarto,deita em sua cama...feliz, muito feliz, pela vontade saciada, pela distância amenizada...Pensa nela mais um pouco, reza agradecendo a Deus, por tudo...relaxa e se acomoda na cama.O sono chega.E como que estivesse no útero materno, encolhido adormece...

Dividas da Vida

Muita dívida.Dívidas estas que seu incansável egoísmo a fez acumular...Tudo teve:o sol,flores,a lua,amores.Nada retribuiu...E nada agradeceu.Enfim, ao júri superior hipotecaste tua alma vadia.Hoje arrependida,Pensa nos dias de tua teimosia;Nos dias que disse não a felicidade e quepreferiu um resfriado, este inocente resfriado que pedia apenas um carinho de mãe pra ir embora....Tudo isso hoje late na tua vulgar consciência... E louca de tanta solidão chora, grita o nome daquele que a amou e se foi por causa do teu tamanho e mesquinho desprezo.E como está acostumada a enxergar na escuridão, essa escuridão que já não te parece tão escura, olha em seu velho e opaco espelho, as rugas de expressão, as marcas que o tempo deixou.... e o estampado medo do mundo em seus olhos.Tua vontade agora é morrer no mar.......Assim faz.Porque na verdade pensa que o mar em toda sua imensidão de águas límpidas, lavaria enfim tua alma, levando pra longe dos que a amara todo egoísmo que os fizeram sofrer...Hoje não passa de uma mulher fantasma que enfim queria ser amada....Apertar seu amado entre os braços, sufocá-lo de beijos, tocar seu sexo...Amá-lo como só uma mulher fantasma, que adiou seus desejos enquanto viveu sabe amar....Mas ninguém a vê...Ninguém a nota.Sofre com a saudade daquilo que não foi....Daquilo que não viveu.Mas sorri e se contenta com o playground que entre as nuvens brinca......